Quando crescemos temos tendência para pensar que a infância ficou para trás, que deixou apenas lembranças, algumas das quais podem ser ativadas, um pouco come se fossem álbuns de família que tiramos da gaveta de vez em quando.
De certa forma é isso que acontece, no entanto quando um adulto ri às gargalhadas, ou se encanta com uma paisagem bonita, ou se sente como se tivesse sido repreendido, está então em contato com a sua criança interior. Ela está ali viva, dentro do corpo do adulto.
Dentro de cada adulto existe uma criança interior
Esta criança esteve sempre lá na nossa consciência, na nossa memória. No entanto, à medida que crescemos, com o avançar da idade vamos perdendo o contato com a nossa criança interior. Começamos a ver a vida de forma mais séria, vêm as responsabilidades, temos de tomar decisões, muitas vezes ficamos sisudos e deixamos de ver graça na vida, deixamos de sonhar…
O escritor José Saramago disse que “a velhice começa quando perdemos a nossa curiosidade.”
Descobrir a tua criança interior, é deixares-te emocionar pela sua espontaneidade profunda, é reencontrares-te com aquela parte de ti próprio(a) que vê o mundo com outro olhar. O olhar que o mundo precisa.
Aceita a criança que existe dentro de ti: olha o mundo como se fosse a primeira vez
Quando somos crianças admiramos tudo o que existe ao nosso redor, apreciamos os pequenos detalhes. Desfrutamos das coisas simples da vida e aceitamos quem realmente somos.
A criança não hesita, ela é o que acredita e sonha ser aquilo que a inspira. Talvez seja essa a chave: maravilhar-se com o mundo, como se a cada dia o estivéssemos a ver pela primeira vez, como quem está prestes a fazer a melhor descoberta da sua vida. Aprende a valorizar tudo ao teu redor. Permite-te Sonhar!
“…sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.”
(António Gedeão)
Sofia Marques